Por Douglas Dutra
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A Portos RS concluiu no último dia 9 a dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto de Rio Grande. A obra foi realizada através de um consórcio formado pelas empresas Jan de Nul, da Bélgica, e Van Oord, da Holanda. Foram retirados 2,850 milhões de metros cúbicos de sedimentos do local.

O trabalho começou no final de novembro do ano passado, com a realização de um levantamento hidrográfico do canal com o objetivo de apontar os locais com o maior volume de sedimentos acumulados que causaram o assoreamento. Através desse trabalho, foi possível garantir profundidades que permitam uma navegação segura para a atividade portuária do complexo.

A dragagem do canal faz parte de uma série de investimentos realizados pela Portos RS em 2022, que somam R$ 120 milhões em recursos próprios.

A Portos RS atribui a eficiência da operação à transição do status de autarquia para empresa pública, que permite autonomia na administração da autoridade portuária. Lucas Cardoso, diretor da empresa, explica que o objetivo da obra é garantir as profundidades operacionais para poder receber os maiores navios que transitam na região. "É muito importante a manutenção das profundidades que nós temos homologadas para ter a capacidade de sermos atrativos para as cargas, com capacidade e segurança à navegação", explica.

De acordo com o diretor, a obra é a primeira etapa em um processo de dragagem contínua do canal. Dragagens mais frequentes tendem a ser mais econômicas, além de garantir a navegabilidade segura. A expectativa é de que a segunda etapa de dragagem seja executada no segundo semestre deste ano. O trabalho anterior havia sido realizado em 2020.

Para garantir a continuidade da iniciativa, a Portos RS estuda, em parceria com a empresa Infra SA, do governo federal, a modelagem de concessão do canal de acesso ao Porto de Rio Grande, visando manutenção de dragagem e de sinalização e balizamento náutico, que auxiliam a navegação.

Movimentação
Em 2022, o Porto de Rio Grande teve uma movimentação de mais de 37 milhões de toneladas, uma queda de 17,7% em relação ao ano anterior. A queda é atribuída à estiagem que afetou o Rio Grande do Sul no ano passado, em especial na comparação com 2021, ano de supersafra em que os portos do Estado tiveram a maior movimentação da história. No ano, as cargas mais movimentadas foram de soja em grão (5,8 milhões de toneladas) e celulose (3,8 milhões de toneladas). A China foi o principal destino das exportações que partiram de Rio Grande, com 30,5% do total.​